Encontrei-me sozinha entre aquelas quatro paredes brancas. Estava frio. Um frio que nos chega aos ossos e nada nos aquece. Aquele frio de que quem nos toca sente-nos quentes, mas, trememos do frio que nos vem de dentro. Olhei à volta. Vazio. Sem portas, nem janelas. Entrei sem saber e não consegui sair. Como aqueles vícios que começamos a ter sem dar conta e não conseguimos deixar de os ter. Ou, aquelas pessoas que entram no coração e não sabemos como as tirar de lá Ali estava eu. Naquelas quatro paredes que lentamente começavam a ganhar forma. Mas, subitamente, as quatros paredes movimentam-se a uma velocidade frenética que me deixava atordoada, ansiosa, sufocada. As paredes eram vermelhas, pretas, amarelas, verdes, as cores alteravam-se em fracções de segundo à medida que apareciam e desapreciam janelas e portas de ferro, cerejeira, carvalho, plástico... Uma, duas, três, nenhuma. Tento aproximar-me das portas, quase que lhes toco, desaparecem, mudam de sítio. Já não consigo sair daqui. |
sábado, fevereiro 04, 2006
Encontrei-me e Perdi-me
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