segunda-feira, julho 31, 2006

Silêncio

Tinha longas conversas contigo no silêncio. Sentia a minha mão na tua e fartava-me de falar contigo naquele silêncio. Acho que posso afirmar que és a pessoa com quem eu mais falei sem mexer os lábios. Agora questiono-me se falaríamos a mesma língua. Se alguma vez percebeste aquelas palavras que nunca te disse. Ou se tu me dizias aquelas palavras que nunca ouvi. Se sentias o mesmo que eu quando o teu corpo tocava no meu. Ou se foi tudo apenas conversas trocadas.

Agora tento falar contigo e sinto que as palavras rolam no vento e quando chegam até ti vão transformadas de uma tal forma que as nossas conversas não passam de desconversas do assunto real.

Imagino conversas contigo... não são planos de futuras conversas...
...nada das coisas que costumo pensar com clareza vêm à memória, apenas fica a angústia.
Mas... se eu não te agarrar, agarras-me tu?
Ou cada um de nós seguirá seus caminhos?
Assim como, tudo aquilo que teve importância outrora e significado para ambos, perde toda a sua essência e é como se nunca tivesse existido?

Será que pensas em mim? Ou “ao ver-te nos olhos, beijei-te e morri”?