segunda-feira, novembro 20, 2006

Olham-se

Eles olham-se.


Num olhar penetrante, um olhar intenso, daqueles olhares que outrora não lhe sabiam falar. Eles sorriem sem nunca despregarem os olhos cintilantes um do outro. Existe um cheiro a doces, a gomas de criança e a rebuçados. Olham-se. Com a intensidade de quem trespassa e lê o pensamento mais secreto. Eles tocam-se. E as mãos entrelaçam-se. O coração bate aceleradamente. Olham-se. Sem medo. Com um brilho que é de lágrima que escorre pela face. Finalmente, dão o abraço que sentiram como seria no olhar. Olharam-se e sorriem. Um sorriso de criança inocente que não tem nada a esconder.

Os outros olham-nos porque outrora já foram crianças também.

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