terça-feira, março 08, 2005

O dia da Mulher!

Cheguei à faculdade e ouvi darem-me os parabéns. Pela rua eu vi mulheres com flores na mão e alguns homens também que, certamente, iriam levar à sua amada, à sua mãe ou a uma qualquer outra mulher importante na sua vida. Mais tarde, quando cheguei a casa, à hora do jantar, ouvi um jornalista dizer que hoje é o dia da mulher. (confesso, que foi aqui que eu pensei “então foi por isso que na rua vi tantas mulheres com flores!”). Hoje, até temos programação especial na televisão!
Mas que raio! É preciso haver um dia nosso para se lembrarem de nós? Para alguém se lembrar de fazer um miminho!? Sinceramente, se alguém me quer fazer um miminho que o faça no dia diferente daquele em que todos fazem!
Ora, o que realmente me indigna é o facto de existir o dia da mulher e algumas delas ainda se vangloriarem todas por hoje ser o dia delas! Como é que alguém pode ver o dia da mulher como uma igualdade entre os Homens? Segundo o meu ponto de vista, termos um dia nosso, é ter alguém a lembrarmor que de certa forma somos vista como diferentes. Somos contempladas como o sexo mais fraco, mais sensível, mais .... mais.. mais... Isto não é descriminarem-me? Não digo que em determinadas situações não seja benéfico verem-me dessa forma, mas... mesmo assim não acho correcto! Se alguém segura a porta porque eu vou atrás, gostava que o fizesse porque simplesmente é uma pessoa simpática (independentemente de ser rapaz ou rapariga) e não por eu ser rapariga! Se alguém é mais meigo a falar comigo de forma a não ferir as minhas susceptibilidades, gostava que o fizesse porque é essa a sua forma de ser, e não por eu ser mulher! Assim como, se por acaso são várias as noites em que entro numa discoteca sem pagar, gostava que o permitissem devido aos meus lindos olhos e não por eu ser mulher! (eh eh)
Não sei se quem passa por mim e me dá os parabéns é porque é deveras simpático e super valoriza a mulher, ou apenas porque hoje é o nosso dia, ou se ainda está a ser hipócrita e acha este dia irrisório (tal como eu), no entanto, não consigo deixar de ser indiferente a essa pessoa. Como tal, as minhas desculpas!
Enfim, o que eu quero aqui dizer é que ao haver um dia para nós é estarem a chamarem –nos diferentes! Onde está aquele lema de “todos diferentes, todos iguais”? É como existir o dia do paraplégico, o dia do livro, o dia da árvore.... e por aí fora, creio que se formos a ver todos os dias do ano são um dia de qualquer coisa! Tudo é para ser lembrado, vivido e feito quando o tem de ser e não quando é o seu dia! Se ninguém nunca dá valor ao livro é no dia do livro que vai ler? Que alegria me dá isso? Cada um sabe de sim e das cosias que gostas e lhe dão prazer de fazer. Não me vou lembrar de plantar uma árvore apenas porque é o dia da árvore, soa-me a obrigação e não a um gesto que me contemple!

Por tudo o que foi mencionado e muito mais que havia a indicar sobre este assunto (talvez numa próxima oportunidade), por favor, não se lembrem de nos dar valor apenas nesse dia! Cada um tem a importância na vida de cada que merece (ou não).

A vocês do sexo oposto, eu lembro-me sempre de vos dar valor! (Aos que merecem, confesso que não são muitos! Mas isso já é problema vosso!!)



2 comentários:

Rain disse...

Percebo o que tu queres dizer mas acho que não é por isso que o dia existe. Aliás, eu mesma expliquei o que pensava do dia no post http://orange-clouds.blogspot.com/2005/03/porque-sim.html

O dia de hoje não é para lembrar que somos diferentes.. é p lembrar porque é que somos iguais. Mas isto é o meu pto de vista! ;P

Maria da Lua disse...

Cara Rain,

Percebo o que queres dizer com o dia ser para lembrar que somos iguais, no entanto, se fossemos iguais tínhamos de ser lembradas que o somos deveras?
Quem é igual é igual, ao ser lembrado que é igual está a ser diferente, penso eu. Mas percebo perfeitamente o teu ponto de vista, diz respeito ao facto das lutas que tivemos de travar para conseguir essa igualdade. todavia, creio que um dos problemas da Humanidade é que vive agarrado às conquista do passado sem lutar pelos sonhos do futuro.